terça-feira, 27 de novembro de 2007

A MÚSICA KLEZMER

Klezmer (do iídicheכּלי־זמיר , através do hebraico k'li zemer, כלי זמר,instrumento musical) é um género de música não-litúrgica judaica, desenvolvido a partir do século XV pelos judeus asquenazes.
Originalmente a palavra klezmer (plural klezmorim) designava apenas os instrumentos, sendo posteriormente estendida aos próprios músicos. Somente na segunda metade do século XX passou a identificar um gênero, antes referido simplesmente como música yiddish .
Apesar de viver em stheitls (guetos judaicos) na Polônia, Romênia, Bulgária, Hungria etc., os klezmorim, quase sempre músicos amadores, absorveram a cultura local, com forte influência cigana, e constituíram a base da cultura musical iídiche. Formavam grupos itinerantes que tocavam em festas judaicas - casamentos e outras celebrações - um repertório basicamente feito para danças em grupo ou entre casais.
Na formação dos primeiros grupos, predominavam os instrumentos de cordas (violinos, címbalo, baixo ou cello), usando-se eventualmente uma flauta. A partir do século XX, com o surgimento das bandas militares, foram sendo adicionados instrumentos de sopro e percussão.
Quando os judeus deixaram a Europa Oriental e os shtetls, o klezmer difundiu-se no mundo, especialmente nos Estados Unidos, influenciando importantes compositores, como Gershwin, Leonard Bernstein e Aaron Copland.
Inicialmente o conceito designava instrumento musical, mais tarde passou a abranger os próprios músicos. Estes eram vistos como o oposto de músicos sérios, que praticamente não sabiam ler música e tocavam melodias de ouvido.
Surgiu na europa de leste relacionado com a prática do JUDAÍSMO Ashkenazic, sendo de carácter não litúrgico. A maior parte do seu repertório contém danças para casamentos e outras celebrações Judaicas como o Bar Mitzvah. A música tinha que se enquadrar no acontecimento solene e ao mesmo tempo incitar os convidados a dançar no fim da cerimónia religiosa. Apesar de ter a sua origem nas cerimónias de casamento, nunca foi só destinada para dançar mas também para ouvir durante o banquete. As 4 peças "Romanian Fantasies" tocadas pelo violinista Josef Solinski (1907/1908) pertencem a esta categoria. São as gravações mais antigas que sobreviveram. Os Klezmatics basearam-se nas mesmas para a composição "Romanian Fantasy" no álbum "Jews with Horns".
Todas as letras e terminologias são em yiddish.
Ao longo do séc. XIX e XX transformou-se no sentido do virtuosismo e sofisticação.
Como características principais destacam-se:
as melodias semelhantes aos efeitos produzidos pela voz humana - riso, choro - e procurando simultaneamente imitar cânticos litúrgicos;
a dança como componente determinante;
a improvisação e liberdade na leitura da partitura;
mistura de influências - como música cigana;
a formação é constituída por um número reduzido de elementos e diferentes instrumentos.
Actualmente, a música Klezmer é produzida e consumida por Judeus e Gentios (Não-Judeus).
No século XX, resultante do fluxo migratório provocado pelas guerras europeias, a música Klezmer reinventou-se nos EUA.
Nos EUA existem mesmo escolas vocacionadas para a aprendizagem da música Klezmer.


Ritmo, Métrica e Andamentos
Na sua forma original, Klezmer era música ao vivo destinada à dança. Por isso, o andamento seria alterado em função do cansaço do público participante - ou outros substituíam-nos.
Alterna andamentos lentos e rápidos, por vezes frenéticos. Uma das figuras rítmicas predominantes é a síncopa. A nível de ornamentos, recorre a escalas rápidas e apogiaturas. É frequente o uso de acentuações, podendo alterar a acentuação natural dos compassos. Os compassos mais utilizados são 3+3+2 (por exemplo em 8/8); 2/4; 4/4 e 3/8 (acentuações no 1º e 3º tempos). O tempo não é metricamente estável.
Estrutura e Harmonia
A maioria das canções é dividida em várias secções, por vezes em diferentes tonalidades. Podem alternar entre maiores e menores.
As canções instrumentais por vezes seguem o tipo de progressão harmónica da música oriental, como na música Grega.
Nas canções Yiddish vocais o processo é mais simples, seguindo o estilo e progressão harmónica da canção russa.
Orquestração
Ao longo dos séculos o violino foi o instrumento protagonista entre os músicos judeus "Shpil, klezmer, biz di strunes plotsn dir" - Toca Klezmer, até as cordas dos violinos partirem! Era acompanhado por um Címbalo, um violoncelo ou contrabaixo.
No século XIX houve uma mudança e o clarinete, o saxofone e o trompete foram introduzidos. Para isto contribuíram as Bandas Militares e no século XX as indústrias de gravação: no início desta indústria era mais difícil gravar instrumentos de cordas do que instrumentos de sopro.
Actualmente o clarinete é usado para a melodia e são frequentes os ensembles de metais. O papel do baixo é muitas vezes desempenhado pela tuba ou sousafone. O papel da percussão tem sido cada vez mais importante.
Canções
Há dois tipos: as de dança e as que não são para ser dançadas.
As de dança são geralmente rápidas e depois lentas e são as mais abundantes
Freylekhs, Bulgar ou Volekhl - uma dança em círculo no compasso 8/8 (3+3+2). Está no modo melódico Ahava Rabboh. Um piano, um acordeão ou um baixo tocam o tradicional oom-pah. É a mais popular das danças Klezmer.
Sher - é em 2/4 e é uma das mais populares.
Khosidl - Dança em 2/4 e 4/4. pode ser dançada em círculo ou em linha.
Hora ou Zhok - de estilo moldavo, bastante ornamentada. Compasso 3/8, com acentuações no 1º e 3º tempos.
Kolomeike - em 2/4, é rápida e com melodias que ficam no ouvido facilmente. Tem origem na Ucrânia, em cujo folclore é abundante.
Terkish - é em 4/4 e semelhante à habanera.
Skotshne - muito semelhante à Freylekh, mas mais complexa. Pode igualmente funcionar como peça instrumental.
Nigun - em 2/4, mas num andamento calmo. Significa melodia em Yiddish e Hebraico.
Padespan - é um estilo que reúne características da valsa russa e espanhola familiar aos Klezmorim.
Mazurka e Polka - são danças checas e polacas, tocadas quer por Judeus quer por Gentios (não-Judeus).
Cakewalks - danças populares Afro-Americanas do início do século XX, inclusive entre os Judeus da Europa de Leste.
Czardas - dança popular húngara interpretada por Judeus da Hungria, Eslováquia e dos Cárpatos. Começa com uma introdução lenta, por vezes com um instrumento solista, e depois o andamento começa gradualmente.
Sirba - em 2/4. É de origem romena e pode ser dançada em círculo, linha ou a pares. É executada num andamento rápido e com súbitas mudanças de andamento. A parte da melodia recorre ao uso de tercinas.
Tango - embora originária da Argentina, muitas foram escritas por judeus da Europa de Leste .
As puramente instrumentais são 3:
Doina - não tem uma forma definida, sendo um lamento improvisado, geralmente a solo. É fundamental nos casamentos. É baseada nos tradicionais lamentos dos pastores moldavos, tendo uma grande expressividade vocal. É interpretada por diferentes instrumentos desde o violino ao clarinete, banjo, címbalo, xilofone. Costuma ser a 1ª de uma sequência de 3, em que se seguem a Hora e uma Freylekh ou Khosidl.
Taksim - é um prelúdio geralmente às Freylekhs, sendo também livre a nível formal. Foi substituída pela Doina no século XX.
Fantazi - de forma livre, tocada nos casamentos para os convidados enquanto jantam. Tem paralelos com a fantasia da música clássica.
ou então...

Projecto Tartaruga




A NÃO PERDER!!!




Convidam-se os alunos da SFUS e restantes famílias a assistir a um concerto pedagógico com uma obra composta pelo compositor Jorge salgueiro que combina uma banda militar (Banda da Armada Portuguesa), o Coral Infantil de Setúbal e narrador (Companhia de Teatro O Bando). Este concerto terá no Centro Cultural de Belém nos dias 8 (21h) e 9 (16h) de Dezembro. Verão que vale a pena! Para mais informações clicar no seuinte link: http://www.ccb.pt/sites/ccb/pt-PT/MaisNovosFamilia/Espectaculos/Pages/ProjectoTartaruga.aspx




segunda-feira, 19 de novembro de 2007

O nosso Professor de Trompete






Venho hoje falar do Professor de Trompete e restantes metais, o Professor João Raquel. Fiquemos então com o seu currículo:





João Domingos Marques Raquel nasceu em Benavente no ano de 1977. Aos oito anos de idade iniciou os seus estudos musicais na Sociedade Filarmónica Benaventense como trompetista.
Aos dezasseis anos entrou para a Academia de Amadores de Musica de Lisboa, onde concluiu o curso de trompete com 18 valores na classe do professor António Reis Gomes. Nesta mesma escola terminou as disciplinas de Acústica, História da Música, Práticas de Teclado, Formação Musical e Classe de Conjunto. Mais tarde concluiu a disciplina de Análise e Técnicas de Composição no Conservatório Regional Silva Marques em Alhandra.
Entre 1997 e 1999 fez parte da Orquestra de Câmara da Academia de Amadores de Música, com a qual efectuou vários concertos, nomeadamente óperas para crianças.
Actuou em vários concertos com a Orquestra do Círculo de Música de Câmara de Lisboa, sob a direcção do maestro Alberto Nunes.
Com a já extinta Banda Juvenil do Concelho de Benavente participou em vários concertos com o Tenor Carlos Guilherme.
Frequentou os Cursos Internacionais de Férias para Jovens Músicos promovidos pelo Inatel em 1995 e 1998, onde desempenhou papéis de solista.
Em 1997 ingressou no Xira Brass Quintet, com o qual se tem apresentado em concertos por todo o país e gravou o CD “Vila Franca Cidade Taurina” no ano de 2000.
Em 1998 representou Portugal na Orchestre D´Harmonie des Jeunes de L’únion Européenne no Luxemburgo, com a qual, sob a direcção do maestro holandês Jan Cober, realizou concertos no Luxemburgo, Alemanha, Suiça e Itália.
Tem-se apresentado regularmente com vários grupos de música de câmara, donde se destacam vários concertos por todo o país.
Fez parte da banda da cantora portuguesa Tucha, Ágata e, do cantor Luís Filipe Reis com o qual actuou no Olympia de Paris.
Frequentou vários cursos de pedagogia musical dos quais se destacam os dos professores Jacques Chapuis e Jos Wuytack.
Em 2002 terminou, na Escola Superior de Educação de Lisboa, a licenciatura de Professor do Ensino Básico na variante de Educação Musical. Desde então lecciona a disciplina de Educação Musical no segundo ciclo do Ensino Básico, sendo igualmente professor da classe de metais na escola de música da Sociedade Filarmónica União Samorense e professor de Expressão Musical na Academia de Musica de Benavente.